Fiquei a pensar nisto, após ler o artigo Portuguesa cria bio-fato e bio-robot que ajudam crianças a aprender.*
Não sou contra os avanços tecnológicos, e até me parece muito bem que "Os dispositivos, que deverão estar prontos dentro de dois anos, têm tido várias propostas por parte de hospitais e centros de terapia para locomoção, défices de atenção, autismos, crianças com problemas de desenvolvimento sensorial e outras necessidades especiais."
Mas para uma criança sem problemas físicos, qual é o problema de ir para a rua brincar, correr, apanhar ar?
Dá muito trabalho aos pais? Só se for áqueles que não cozinham e lhes dão comida "plástica", os mantêm sentados em frente à TV ou às consolas, e os tornam crianças obesas (e que são obersos também). Para todos os outros, aqueles que querem o melhor para os seus filhos, fazer o esforço de tirar aquilo que voces sabem do sofá e ir para a rua brincar, não é nenhum sacrifício, até nos faz bem.
Como diz o artigo, "Ao contrário das crianças modernas, que passam grande parte do tempo interagindo com mundos sedentários digitais, eram muito activas fisicamente, e foram até à actualidade a única sub-espécie do género homo a duplicar o tamanho do cérebro, durante a Era Glaciar. O genoma humano não mudou de forma significativa nos últimos 400 mil anos, no entanto, nas últimas décadas, os estímulos ambientais mudaram radicalmente... ... as crianças modernas interagem essencialmente com ambientes virtuais, que são desafiadores de uma forma abstracta, mas somente mental, fazendo uso de ferramentas computacionais pessoais baseadas em capacidades motoras restritas (coordenação mãos-olhos)."
Isto conduz a "A situação é tão dramática, que o número de mortes de crianças causado pela obesidade vai superar o número de mortes de crianças causadas por fome, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em Portugal, uma em cada três crianças tem excesso de peso."
"Nem o chamado active gaming (atividades vídeo-jogadas em consolas como a «Wii» ou «XBOX» que têm por objetivo aumentar os níveis de actividade física nos utilizadores) é suficiente para promover os níveis de atividade física diários recomendados pela OMS em crianças: 60 minutos de atividade física a níveis de intensidade moderados a vigorosos, afirma a investigadora. **
As crianças que interagem com este tipo de dispositivos perdem ainda os benefícios dos raios ultravioletas associados à síntese de vitamina D, essenciais para o aumento da densidade mineral óssea, normalização nos níveis sanguíneos, e prevenção de doenças autoimunes, explica a investigadora." **
Conclusão: "Mexam-se!!!". E ao ar livre, para apanharem sol.
* "E se o seu filho aprender melhor e mais rapidamente enquanto corre e salta do que sentado quieto numa sala de aulas?
A tese é da cientista Marta Ferraz, que criou dispositivos bio-hibridos robóticos – um bio-fato e um bio-robot - que podem revolucionar os sistemas de ensino e já lhe valeram o prémio «People Choice Award» do MIT Portugal E3 Educação, Emprego e Empreendedorismo 2014, na categoria de Produto/Tecnologia Mais Inovador."
** Citando Marta Ferraz - pós-graduada em Exercício e Saúde, mestre em Desenvolvimento da Criança (vertente motora), e doutoranda no Colab Internacional De Tecnologias Emergentes, programa UT Austin Portugal (Digital Media - Neurociência) - recua milhões de anos para explicar a sua teoria.
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