"As salas de espera dos pediatras são, pois, sítios... atestados de crianças... e de mães que, quando o energúmeno do seu filho de quatro anos já trepou para o balcão da entrada e está a meter o dedo no olho da pobre recepcionista, com uma voz muito suave, como se lhes faltasse gasolina, dizem «Bruuuuuno!...» ou «Sóóóónia!...» exactamente no mesmo tom em que lho disseram nas 53 vezes anteriores. E tu tens de reprimir muito, mas mesmo muito, o teu instinto, que te levaria a levantares-te e a pregar um par de bofetadas ao menino e meia dúzia à mãe".
Cito Sílvia Soler, no seu livro Trinta e nove +1, para falar de um tema com o qual tantas vezes me deparo.
fonte foto: http://ktar.com/310/1694684/7-chores-your-kids-should-be-doing
Porque será que hoje em dia os pais parecem ter medo dos filhos? Ou porque parece que quem manda lá em casa são as crianças e não os adultos? Porque será que parecem não conhecer regras ou a palavra não? Será peso na consciência por passarem pouco tempo com eles? Ou será porque andam a ler teorias sobre que não se devem contrariar as crianças, nem dizer-lhes não, para que não fiquem traumatizadas para o futuro.
Na realidade identifico-me imenso com esta personagem. Quantas vezes não me deparo com situações em que daria um grito de ordem à criança (e outro ao progenitor), perante situações de completa "alienação" parental.
Há miúdos que falam comigo como se estivesem a falar com um outro qualquer miúdo, não tendo respeito nenhum por um adulto. Percebo que se queiram "armar em engraçadinhos", mas quando algum dos meus filhos o tenta fazer, basta eu chamar o nome uma vez e abrir muito os olhos, que a brincadeira termina logo.
E que dizer daqueles pais que passam meia hora a chamar os filhos no final de uma festa e nunca mais se vão embora? Ou que quando dizem não, passam meia hora a justificar o porquê, e no final ainda voltam atrás?
Até o Eduardo Sá concorda comigo, no seu artigo: 21 receitas para pôr regras no seu filho
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